segunda-feira, 21 de março de 2011

Meu estômago dói!

E um dia eu acordo dependente...
E no próximo acordo com esperança. Esperança de que aquele desejo que eu luto em esconder, se realize e que a surpresa seja maior e que a frustração seja menor...
Esperança é uma droga! Me sinto como o rato que, manipulado, fica ali parado, olhando para a barra, só esperando o momento certo de apertá-la e, assim, receber sua gota d'água. Só que eu ainda não fui bem condicionada. Hora ou outra surto e começo a pressionar (me pressionar?) até me machucar....aí, quando dói mais que a dor da frustração, paro e desisto...deixo de esperar de novo.
Esse é um ciclo...mais clichê impossível.

De tanto estar disponível, esqueci de mim.
Mas também, quem vai se interessar por essa história medíocre? Quem vai se interessar pelos meus desejos?
Nem meus crimes são capazes de fazer com que meu desejo se realize ou morra. 
Fico, então, no meio termo, no morno.

Meu estômago dói!

Alguém já fingiu bater o dedinho no canto da mesa para poder chorar em paz?
E espirrar quando alguém olha pra disfarçar o rubor característico? rs
Já perdi as contas.....

quarta-feira, 16 de março de 2011

QUEBRA-CABEÇAS

ESPERANÇA...

Esperar atitudes do outro já é perigoso o bastante, apesar que é possível calcular circunstâncias, variáveis, atitudes anteriores e "prever" o comportamento. 
Tá, pode ser! Mas, que é perigoso é! 

E quando se espera que o outro sinta coisas? Nossa! Aí a coisa aperta. E aperta mesmo, porque a anterior, ação visível, mensurável, é fácil de se explicar: olha aqui, analisa ali, interpreta um pouco e tudo certo: segue o resultado. Contudo, neste caso, no campo das sensações e sentimentos, esse fator só tem um dono e não há como ter certeza daqui de fora do que se passa lá dentro. Por isso, todos ficam desesperados olhando pra todos os mínimos detalhes, cada levantada de sobrancelha, alteração na respiração, olhar pra baixo, pro lado, no olho....
Ai...
Isso cansa, gente!

É claro que tem gente que mostra (ou tenta) em cada gesto, piscada e expiração o que se passa embaixo de sua pele, mas...tem gente que tem a habilidade de esconder. E como! Monta aquela máscara de ferro, aprende aquela cara de paisagem que nem os 5 anos de faculdade ensinam tão bem aos psicólogos e acaba por definhar a esperança alheia de se aproximar, de se conectar.

Os humanos se diferenciam dos outros animais por diversos fatores, mas creio que a empatia é uma das habilidades mais queridas e que mais orgulho oferece aos mortais que sabem disso, pois somos capazes de compreender a perspectiva psicológica das outras pessoas, além de poder experimentar reações emocionais por meio da observação. (Os macacos também tem empatia, parece: http://migre.me/43wJL)
Falando nisso, estudo recentes mostram que a região cerebral que é ativada quando, por exemplo, é realizada uma atividade, é ativada da mesma forma quando se observa outra pessoa fazendo esta atividade. Isto é, fazer ou ver fazer parece ser a mesma coisa e pode ser a base de alguns tipos de aprendizagem como a linguagem (refs abaixo).

Mas, voltando ao assunto, tem gente que desafia minha habilidade de ser empática e confesso que isso me irrita um pouco. Pra quê se enconder tanto? Que medo é esse? 
É claro que cada um tem seus motivos e propósitos e, possivelmente, nem sabidos são, mas, é tão difícil lidar com essas máscaras, aprender com elas. 

As pessoas são como quebra-cabeças, todas do mesmo tamanho, mas algumas vêm na versão de 500 peças: em um dia já montei; enquanto outras vêm na versão de 3 mil peças e fico com a sensação que persiste de que o brinquedo veio com defeito e nunca vou conseguir montar.

Em dias bons, eu fico bastante cansada. Em dias ruins, eu desisto.

Mas, vamos lá: por que será que temos tanto interesse em montar esses quebra-cabeças? Por que nosso cérebro é encharcado de substâncias diversas quando não conseguimos ter a nossa resposta ou quando as temos? Será que é tão importante assim para nossa sobrevivência entender o que se passa embaixo da pele do outro? 

Deve ser, né? Afinal, passamos a vida toda correndo atrás de conexões subjetivas com os outros...conexões que devem ser as mais completas possíveis, todos os dias...rs! 

Que difícil!!


Abaixo seguem as referências dos estudos pra quem ler isso (oi?) e tiver interesse:

- Schulte-Ruther, M., Markowitsch, H. J., Fink, G. R. & Piefke, M. Mirror neuron and theory of mind mechanisms involved in face-to-face interactions: a functional magnetic resonance imaging  approach to empathy. J. Cogn. Neurosci. 19, 1354–1372 (2007).

- Rizzolatti, G. & Craighero, L. The mirror-neuron system. Annu. Rev. Neurosci. 27, 169–192 (2004).


- Pfeifer, J. H., Iacoboni, M., Mazziotta, J. C. & Dapretto, M. Mirroring others’ emotions relates to empathy and interpersonal competence in children. Neuroimage 39, 2076–2085 (2008).

terça-feira, 15 de março de 2011

Go! Go! Go!

Qual o motivo de se começar algo?
Qualquer coisa! qualquer coisa mesmo!

Eu hipotetizo hoje que o engajamento em qualquer tarefa só é possível, ou melhor, provável quando se "prevê", num futuro próximo ou longínquo, mesmo que não totalmente consciente, um ganho. Aí, você que estiver lendo isso (e até eu mesma, quem sabe?), poderá criticar: "mas que coisa mais mecânica, não?"
Até é, mas também não é! Até porque, nessa minha lógica (que obviamente não é minha porque não foi eu quem a criou, mas eu realmente penso assim, por isso, minha), a grande variável (e como é grande) é este ganho. Como medir um ganho?
Eu me lembro quando de repente, depois de tanto tempo de "namoro", percebi que ganhei um amigo de verdade. Qual o tamanho desse ganho pra mim? Pra você? Pro cara do outro lado da rua ou do mundo?
É difícil de saber o que o outro quer, o que é importante pro outro. Quantos casamentos não acabam por isso? "Achei que você gostava assim, queria assim..."
Isso é difícil porque, muitas vezes, não é possível compreender perfeitamente o que se quer, de si mesmo, do outro, do mundo.
Por isso, sinceramente, não sei o que procuro com isso, com esse blog.
Tenho a fantasia certeira de que ninguém nunca vai achar isso aqui e, na verdade, penso que quero deixar registrado um pedaço de mim de hoje pra amanhã eu poder resgatar e aprender mais no futuro comigo no passado.

Assim, está claro que não faço poesia (não sei fazer poesia), não farei uso desse espaço como instrumento de trabalho, não escrevo bem o suficiente para achar que as pessoas vão ler e não acho, inclusive, que elas têm interesse. Então, se por acaso você achou isso aqui jogado pela nuvem transparente da Internet, por gentileza, entenda JÁ que o que lerá (ou já leu, vai saber?) são só opiniões de uma pessoa que, muitas vezes, se incomoda demais com os seres humanos, porém, pretende sobreviver, viver e se divertir o máximo que puder por aqui.

Ah! E para esclarecer (pra "mim mesma"), eu também me incomodo bastante!